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Panaíbra Gabriel Canta é um coreografo e bailarino moçambicano, nascido em Maputo. Faz parte, com a Maria Helena Pinto e o falecido Agostino Cuvilas, dos precursores da dança contemporânea de Moçambique.
Descobre as artes cénicas primeiro com o teatro, na Casa Velha de Maputo. Interessado sobre tudo pelos movimentos do corpo, ele prefere a dança, que começa a praticar em 1993.
Em 1997, é convidado pelo projecto "Danças na Cidade" em Lisboa, onde descobre varias praticas coreografias e encontra artistas de renome, entre os quais Vera Mantero (Portugal), Frans Poelstra (Holanda), Reggie Williams (USA) e Meg Stuart (USA).
Legaliza em 1998 o seu grupo de dança, Culturarte, que trabalha informalmente desde 1996, a procura de novas formas corporais. Em 2000, a companhia apresenta a sua primeira criação, "A Opera do Tambora", no Centro Cultural Franco-Moçambicano de Maputo. Tem de financiar ela própria o alugamento da sala e a produção do espectáculo ; tem que profissionalizar-se.
De 2000 até 2002, em parceria com o programa português "Danças na Cidade", Panaíbra Gabriel convida profissionais estrangeiros para dar workshops em Maputo. Em 2003 organiza um seminário sobre o tema "Como ensinar a dança contemporânea num contexto africano?", que junta uma dezena de pessoas.
Chegam a ideia de lançar um Programa de desenvolvimento Pedagógico de seis meses, com aulas e
ateliers de dança. Será organizado em parceria com "Danças na Cidade" e Parts (Bruxelas). Coreógrafos como David Zambrano (Venezuela), Thomas Hauert (Suíça), Mat Vooter (Holanda), Arco Renz (Alemanha), Lia Rodrigues (Brasil), Clara Andermatt (Portugal) ou Boyzie Cekwane (África do Sul) são convidados a transmitir os seus conhecimentos a 15 jovens seleccionados pelo programa.
Em 2003 também, Panaíbra Gabriel inicia o projecto The Inkomati (dis)cord, uma colaboraçao com o sul-africano Boyzie Cekwana (Durban) e a sua companhia Floating Outfit Project. O nome é uma referencia aos acordos de Inkomati, assinados em1984 entre os governos moçambicano e sul-africano. O projecto fala das consequências da guerra civil em Moçambique e do apartheid na África do Sul, e foca nos jovens com debilidades físicas.
Em Outubro de 2004, Culturarte apresenta o espectáculo " Dentro de mim outra ilha ", que viaja nas muitas cidades da Europa. Em Fevereiro de 2005, a Culturarte faz uma residência com três bailarinos da companhia suíça Zoo, de Thomas Hauert.
Tem lugar em 2005 a primeira edição de "Plataforma de dança contemporânea" em Moçambique, com os jovens do Programa de desenvolvimento Pedagógico de 2004 e alguns outros jovens da Namíbia. Esta mostra tornara-se uma bienal e adoptara o nome de Kinani em 2009.
Em 2010, Panaíbra apresenta o solo "Time and Spaces: The Marrabenta Solo".
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